domingo, 6 de maio de 2012

Sem chuva, açudes do Oeste estão secando

Sem chuva, açudes do Oeste estão secando
Mais crítica que a situação do alimento é a falta de água. Em muitas comunidades rurais do Oeste, ela já começa a faltar, preocupando os agricultores que não sabem o que fazer. No projeto de assentamento Remédios, em Umarizal, o açude que abastece as 50 famílias e todo o rebanho, só tem água para mais 40 dias.
Dona Francisca Alves de Oliveira, 49, explica que por enquanto, as famílias contam também com a água de uma cacimba particular, mas que também não vai demorar a acabar. "O consumo aumentou e a cacimba é rasa", explica. A agricultura paga R$ 3 por cada reservatório de 200 litros, dinheiro que faz muita falta para quem não tem renda nenhuma.
Ela é uma das que sofre dobrado com a seca deste ano. Uma das únicas a plantar, perdeu tudo com a falta de chuva e agora o marido, Arlindo da Silva, 44, precisa trabalhar na cidade como ajudante de pedreiro para não deixar faltar as coisas em casa. "Para piorar, o serviço que ele arrumou na rua está acabando", disse. Romário, o filho mais velho, não aguentou a situação e foi embora para Fortaleza em busca de trabalho.
No pequeno quintal da casa da agricultura, o baixio espelha com o sol. O lugar onde deveria existir uma vazante, só tem terra quente e muito mato seco. Nos sulcos plantados na esperança da chuva, batatas, milho e uma horta inteira definharam por conta da secura.
Além da morte das plantas que cicatrizam no quintal de dona Francisca, outra coisa chama atenção: a cruz com as iniciais de um filho assassinado a sangue frio na frente da esposa, por motivos ainda não esclarecidos. "É uma dor que terei de sentir todo dia", relata dona Francisca.

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