terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Uma sucessão sem prefeito A edição de domingo, 17, do JORNAL DE FATO trouxe em sua página de política reportagem especial sobre a sucessão mossoroense. O material, com base no que os personagens ofereceram até aqui, faz uma análise do cenário sugerindo o caminho que leva à disputa pela Prefeitura, com um detalhe que chama a atenção: pela primeira vez nas últimas décadas um prefeito mostra-se sem condições de conduzir a sua própria sucessão. Isso ocorreu em 1996, quando debilitado politicamente e com graves problemas de saúde, o prefeito Dix-huit Rosado não reuniu forças para construir um palanque forte. O seu candidato, engenheiro Valtércio Anunciato da Silveira (falecido em dezembro de 2011), foi o último colocado com apenas 3.237 votos, consequência de uma campanha esvaziada e sem o principal: respaldo popular. O quadro de hoje é muito parecido com aquele vivido no último ano da terceira administração de Dix-huit. O prefeito Silveira Júnior (PSD) se afunda numa reprovação popular de 86,6%, consequência de uma gestão que não consegue realizar o básico do básico, afetando principalmente áreas vitais como saúde e educação. As coincidências com a época passada param por aí, uma vez que Dix-huit era reconhecidamente um gestor competente, ético, honesto e comprometido com a causa pública. Ele viveu a crise no final do mandato por conta da saúde debilitada, que não lhe impediu de governar com eficiência. Agora, é diferente. Silveira não faz uma boa gestão porque não estava preparado para administrar a cidade. A Prefeitura caiu no seu colo (a história todos conhecem) e ele não soube o que fazer. Pior ainda: as medidas executadas no início do “governo tampão” pegou a contramão da gestão pública, sugerindo que não existia qualquer planejamento elaborado. A situação ficou exposta quando estourou a crise na economia nacional, que afetou estados e municípios, mas castigando, principalmente, governos que não haviam se preparado bem. As consequências estão aí, atrasando a cidade, mas principalmente afetando a vida das pessoas que necessitam dos serviços públicos. Esse quadro reduz a capacidade de o prefeito construir o projeto de reeleição ou até mesmo de construir uma via que possa lhe permitir participar do processo sucessório. Todas as pesquisas realizadas e publicadas até aqui, sem exceção, revelam a sua rejeição em alto índice, praticamente insuperável, o que confirma que ele estaria fora do páreo se as eleições fossem hoje. O eleitor tem outras preferências, como Rosalba Ciarlini, Larissa e Fafá Rosado, nessa sequência.

Nenhum comentário: