A história de Ester
*** - Quem sabe se não foi para um momento como este que você chegou à posição de rainha? [Ester 4.14]. - ***O livro de Ester não faz nenhuma menção a Deus, mas está repleto de eventos que podem ser entendidos como coincidências humanas, providências divinas ou ambas. A história se passa no palácio do rei persa Assuero, ou Xerxes (486-465 a.C.). Mardoqueu foi um judeu cuja prima e pupila Ester foi selecionada pelo rei para ser a nova rainha. Algum tempo atrás, Mardoqueu havia denunciado um plano de assassinato contra o rei, mas não recebeu nenhuma recompensa por isso.
O rival de Mardoqueu era Hamã, grão-vizir do rei. Cônscio de sua importância, ele exigia que todos se curvassem diante dele. Mardoqueu, no entanto, conhecia o primeiro mandamento e recusava-se a se curvar. Enfurecido, Hamã planejou que se vingaria de todos os judeus, em todo o império da Pérsia, e para isso, envolveu o rei em seu plano de extermínio. A hostilidade entre eles era cada vez maior, e parecia impossível a Mardoqueu resgatar seu povo. Foi nesse momento que a providência de Deus entrou em ação.
A rainha Ester, por “coincidência”, era judia e se dispôs a arriscar sua vida ao implorar misericórdia ao rei. Para fazer seu pedido, ela preparou um banquete em que o rei e Hamã eram os únicos convidados. Hamã foi para casa “alegre e contente” (5.9), orgulhoso por receber tal honra, mas sua alegria acabou quando ele viu Mardoqueu à porta do palácio real.
Aconteceu então que o rei, não conseguindo dormir aquela noite, ordenou que trouxessem o livro das crônicas do seu reinado, e que o lessem para ele. Ele ouviu então o registro de que Mardoqueu havia denunciado um plano para assassinar o rei, mas não havia sido recompensado. Hamã (que planejava sugerir ao rei que mandasse enforcar Mardoqueu) entrou no pátio externo do palácio exatamente naquele momento. O rei mandou chamá-lo e então lhe perguntou: “O que se deve fazer ao homem que o rei tem o prazer de honrar?” (6.6). Concluindo que o rei estava se referindo a ele, Hamã respondeu que esse homem deveria ser conduzido a cavalo pelas ruas da cidade. O rei ordenou então a Hamã: “Vá depressa apanhar o manto e o cavalo e faça ao judeu Mardoqueu o que você sugeriu” (6.10). A providência de Deus muitas vezes vem com certa dose de ironia. Os papéis dos dois homens foram invertidos. Hamã foi humilhado, Mardoqueu honrado.
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