Muro para separar facções não tira controle de presos de Alcaçuz, diz comandante da PM
- Presos exibem facões do alto do telhado de um dos pavilhões da Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Nísia da Floresta (RN)
O comandante da Polícia Militar do Rio Grande do Norte, coronel André Azevedo, afirmou na noite deste sábado (21) que a separação dos presos, feita inicialmente por meio de contêineres, não vai desarmar, nem tirar o controle dos detentos da Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta, na Grande Natal.
"Vão continuar [no controle] como já era antes. Retomar o controle depende de reforma estrutural e arquitetônica. Enquanto não houver celas, seria ingênuo afirmar que vamos desarmar, tirar as bandeiras [das facções]. A Sejuc [Secretaria de Justiça e Cidadania] perdeu o controle da unidade, e estamos atuando para garantir a segurança e a lei. E o primeiro passo é esse: estamos criando uma barreira física, buscando preservar vidas. Agora com a barreira não vão se digladiar outra vez", disse Azevedo.
Segundo o coronel, hoje foram instalados sete contêineres em linha, e outros sete serão colocados em cima destes. A previsão é que a ação seja concluída ainda neste sábado, e assim presos do Sindicato do Crime não terão mais contato físico com os do PCC (Primeiro Comando da Capital).
"Esses contêineres são emergenciais. Um outro muro será construído de concreto, dentro de um prazo máximo de 20 dias. Mas nós queremos que esse muro seja feio dentro de 10, 15 dias", afirmou.
O comandante deixou claro que, por ora, é impossível desarmar os presos. "Alcaçuz é uma das maiores penitenciárias do país em área física, e é uma penitenciária destruída, completamente destruída. Por mais que se retire as armas, qualquer pedaço de ferro, barra vira uma arma. O caos é arquitetônico", declarou.
Violência no RN
No fim de semana passado, uma rebelião na Penitenciária Estadual de Alcaçuz terminou com ao menos 26 presos mortos. Desde então, o governo estadual tenta retomar o controle da penitenciária.
Na última quarta-feira (18), houve a transferência de presos para outras unidades prisionais, o que gerou uma onda de violência na região metropolitana de Natal.
Em reação contra as transferências, ônibus de transporte público foram incendiados, levando as empresas a retirarem os veículos das ruas.
A pedido do governo do Rio Grande do Norte, cerca de 1.400 militares das Forças Armadas começaram a fazer o policiamento ostensivo nas ruas da Grande Natal neste sábado. Segundo o comando da operação de GLO (Garantia da Lei e da Ordem), mais militares do Exército, Marinha e Aeronáutica devem chegar à região neste domingo (22)
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