quinta-feira, 26 de março de 2015

Fim da linha de ex-prefeito é um alento ao cidadão

A prisão do ex-prefeito de Macau Flávio Veras (PMDB), ocorrida no início desta semana, acusado de comandar uma quadrilha que desviou mais de R$ 2 milhões dos cofres públicos através de contratação fraudulenta de bandas para o Carnaval de 2011, é um alento a quem ainda acredita que é possível limpar a sujeira da vida pública do País.
Não trata-se da torcida para ver um ex-prefeito algemado, mas, sim, para que essa espécie seja extinta da administração de qualquer esfera pública.
O caso de Flávio Veras é um capítulo à parte, tendo em vista que ele atravessou a última década mergulhado em coisas suspeitas, cassado por crime eleitoral, mas mantendo-se livre, quase intocável, e no poder das ações político-administrativas de Macau.
O município localizado na região do petróleo potiguar, rico por natureza, ao longo do tempo foi transformado numa espécie de botija para enriquecimento ilícito de agentes públicos malfeitores.
Em uma clipagem rápida nos jornais do Estado se terá uma noção exata do que Macau viveu nos últimos 10 anos, com o noticiário cotidiano mostrando os casos suspeitos de desvio de dinheiro público e outros crimes correlatos.
A cidade foi escolhida por sua condição de prima rica, sustentada principalmente pelos royalties de petróleo e o ISS dos prestadores de serviço à Petrobras, condição que só a Prefeitura de Guamaré tem e que, igualmente, vive mergulhada nos mesmos problemas éticos e morais dos gestores vizinhos.
Flávio Veras se alimentou deste contexto, transformando-se em liderança política, intocável por algum tempo, se elegendo e elegendo sucessores e fazendo do bem público o uso ao seu prazer.
Não vai daqui o pré-julgamento.
No entanto, os relatos do Ministério Público, a partir das investigações que deram origem à Operação Máscara Negra, apontam para um esquema vicioso que fez o dinheiro dançar embalado pelo som de mais de duas dezenas de bandas usado como duto para o escoamento do dinheiro público.
Quantos Flávios Veras existem por aí, nesse torrão sofrido de Poti? O fato é que a ação, zelosa e elogiável do Ministério Público do Rio Grande do Norte, serve de alento ao cidadão correto, cumpridor dos seus deveres, que espera um dia a coisa pública ser tratada com zelo pelo gestor do momento.
E que os membros do MP continuem vigilantes e decididos, como sempre são, na preservação do bem público. É inaceitável que os malfeitores queiram se completar com outras “Macaus” do Rio Grande do Norte.
Se não formos gomorra ou sodoma, vai chegar justiça aqui também se Deus quizer esse dia com certeza será comemorado e jogaremos os grilhões aos pés dos escravagistas. - ###

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