sábado, 21 de novembro de 2015

O RIO DOCE E A PROFECIA DE DRUMMOND
Neste sábado 21 de novembro, Dia Nacional da Homeopatia e Dia Mundial da Saudação e também da Televisão, vale a pena lembrar e discutir a intrigante poesia "Lira Itabirana", de Carlos Drummond de Andrade, escrita pelo gênio mundial de Itabira (MG) há 31 anos.
Nestes últimos dias, em que o Brasil vive uma de suas maiores tragédias ambientais, este poema mostra-se como um retrato profético do desastre de Mariana (MG) que destruiu o velho e belo Rio Doce, de tantas inspirações poéticas.
Teria sido uma previsão de Drummond, ele que desde a sua infância em Itabira já tinha contato com esse mundo da exploração de minérios, tendo sido um crítico ferrenho dessas atividades?
"Lira Itabirana" é mais um poema, dentre vários, que o poeta usou para chamar a atenção das pessoas da época para a realidade vivida pelas famílias daquela região.
Vejamos o tom profético dessa poesia do gênio de Itabira.
E que todos tenham um ótimo sábado, com muita alegrIa, luz e paz.
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LIRA ITABIRANA
I
O Rio? É doce.
A Vale? Amarga.
Ai, antes fosse
Mais leve a carga.
II
Entre estatais
E multinacionais,
Quantos ais!
III
A dívida interna.
A dívida externa
A dívida eterna.
IV
Quantas toneladas exportamos
De ferro?
Quantas lágrimas disfarçamos
Sem berro?

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