quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Postado às 11h15 Artigo Nenhum comentário Enviar por e-mail
O blog pede licença ao jornalista Cid Augusto para “xerocar” o seu artigo supimpa na coluna “Canto de Página”, na edição de hoje (12) do jornal O Mossoroense, sob o título: Ritual do óleo.
Leia:
Foi difícil… muito difícil… dificílimo… pensava-se impossível, mas, quando tudo parecia perdido, o prefeito da cidade revelou para os então incrédulos vereadores de sua base, a origem história da antecipação dos royalties e a praga que poderia recair sobre eles em ano eleitoral se repetissem o erro dos primitivos habitantes da Ribeira do Mossoró.
Arqueólogos governistas, segundo ele, descobriram inscrições rupestres nos porões do Palácio da Resistência.
As gravuras seculares revelam que os índios tapuias paiacus foram dizimados porque se recusaram a aprovar, no ritual xamanístico da urgência urgente urgentíssima, o projeto tribal que autorizava o cacique Silveromirim a receber adiantado as compensações pagas pelos portugueses que arriavam petróleo por estas bandas.
Aí, proibido de comer na frente feito enxada de pedra com cabo de mulungu e em meio à crise econômica agravada pelo excesso de índios comissionados, pagos com dinheiro da pajelança para fazer futrica nos tambores sociais e nas redes de fumaça, não pode evitar a quebradeira.
A coisa ruiu a ponto de as Ocas Básicas de Saúde fecharem por falta de curandeiros e ervas medicinais, sem mencionar a greve dos guerreiros  da  guarda muruxaua, que ensarilharam tacapes e bordunas, e o despejo dos curumins por falta de pagamento do aluguel das creches.
Na eleição que se sucedeu, de nada serviu o “acordão” com os janduís, caripus, icós, caratiús e cariris, denominado Confederação dos Bárbaros. Os indígenas do chefe Silveromirim foram dizimados do mapa político pelo fenômeno La Rosa, resultante do aquecimento das águas do Rio Grande do Faria e dos ventos ravengarianos do Norte.
A revelação do burgomestre, vista como sinal profético de que a história ameaçava repetir-se, convenceu a edilidade a antecipar a dança ritualística do óleo para 11/11, data mística em que os portais do além emparelham-se, um por um, e impedem a ação das forças do atraso contra o progresso da brava, resistente, libertária, pioneira etc etc etc terra da estátua de Santa Luzia.

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