sábado, 14 de março de 2015

Estado não pode se ajoelhar diante do crime

O Sindicato dos Agentes Penitenciários do Rio Grande do Norte (SINDASP-RN) acusa o Governo do Estado de ceder pressão de presos para afastar a agente Dinorá Simas da direção da Penitenciária de Alcaçuz, além de exonerar o diretor do Presídio Rogério Coutinho Madruga, Júnior Rossato.
A presidente da entidade, Vilma Batista, se antecipou aos fatos:
“Dinorá será exonerada porque os presos se queixaram de grande opressão, tendo em vista que eram feitas revistas periodicamente nas celas para verificar as ações dos detentos, coibindo fugas e uso de aparelhos, como celulares ou drogas.”
E vai mais além:
“Os agentes penitenciários estão se sentindo abandonados e traídos pelo Governo do Estado, pois têm feito todo esforço possível para manter a ordem no Sistema Penitenciário e, ao invés de receberem valorização e apoio, veem o Estado atender ao que pedem os presos.”
Segue:
“Nada foi oferecido pelo Governo para que nós desenvolvêssemos nosso trabalho da maneira correta, bem como em nenhum momento os Direitos Humanos foram até os servidores para saber de suas necessidades e de como é estar sob o risco de morte a todo momento, dentro de uma penitenciária.”
E conclui, reclamando que a categoria foi alijada de uma reunião para discutir o futuro do sistema penitenciário:
“Solicitamos participar de reunião para propormos um grupo de trabalho, mas o Governo preferiu apenas ouvir o representante dos Direitos Humanos que ali estava para defender os argumentos dos presos. Com isso, lamentamos que o Governo da Segurança, como está sendo classificado, não tenha chamado seus servidores também para essa conversa, atribuindo toda fragilidade ao lado mais fraco e oprimido, que hoje somos nós. Os agentes penitenciários estão de luto, pois o Governo enterrou nossas esperanças de honra.”
Pois bem…
A denúncia é gravíssima.
E, se verdadeira, é de preocupar a toda a população. No momento em que o Estado se ajoelha diante do crime, num movimento contrário a sua obrigação constitucional, que é combatê-lo, mostra a fragilidade de garantir segurança à sociedade.
O que a presidente da Sindasp-RN revela, no momento em que houve rebelião em vários presídios, exige do governador Robinson Faria (PSD) uma declaração pública firme e contundente, para não deixar dúvidas, pois, do contrário, o Estado estará fragilizado em sua estrutura.
Pior ainda, porque o Rio Grande do Norte vive uma interminável crise na segurança pública.

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