sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

A indústria da seca e os espertalhões

Exploração eterna.



Na maior seca de todos os tempos no Nordeste do Brasil, no triênio 1877-1879, Dom Pedro II prometeu vender até a última pedra preciosa de sua Coroa para evitar tantas mortes.
Cerca de 600 mil pessoas morreram de fome e doenças decorrentes da desnutrição.
Mossoró tinha população de cerca de 6,5 mil pessoas e passou a abrigar mais de 24 mil.
A Coroa mandou ajuda financeira e mantimentos a fundo perdido, para atenuar a fome dessa mutidão famélica.
Muita gente foi salva da fome e inúmeros espertalhões ficaram ricos. Não faltaram ainda os “salvadores da pátria”, posando de beneméritos.
Como se vê, a exploração dessa gente e desse chão é uma herança multissecular.POEMA TERRA SECA DO NORDESTE
Levanta-se, raivoso, o sol nascente,como bola de fogo a se evolarno espaço. O campo é um vasto deserto, povoado por espectro de árvores crestadas rudemente.Chispas trepidam no topo do rochedo quando o sol, a píncaro, já tudo fulminou. No âmbito denegrido da caatinga, transformada em antro de pavor, pesa o domínio do medo.Os riachos secaram e as aves fugiram.Do gado, apenas o que restam são tétricas ossadas, como que adre de disserminadas num museu horrífico de miséria,onde elementos outros já ruíram

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