Cumplicidade
Micarla de Sousa não está só
É infantil ou
desonesto se proclamar Micarla de Sousa (PV) como única culpada pela
insolvência de Natal. Boa parte da Câmara Municipal é cúmplice dos
crimes praticados contra uma cidade inteira, que afeta desde sua
auto-estima às finanças públicas.
Se existisse um Legislativo cônscio de
suas obrigações constitucionais, sobretudo de fiscalização, Natal não
teria chegado a esse estágio.
O princípio da separação dos poderes,
fundamental à manutenção da democracia moderna, tem como essência
impedir a concentração de força nas mãos de pessoa, grupo etc., comum no
absolutismo ou em democracias fajutas, como a nossa.
Saliente-se que esse “sistema de freio e
contrapeso” mantém o Estado (instituição política) de forma unificada,
com poderes e órgãos diversos cumprindo seus respectivos papeis. Para
sermos mais claros: estão juntos, mas cada um com suas obrigações,
devendo barrar excessos de lado a lado.
É um conceito da ciência política
fincado na chamada “Teoria da Separação dos Poderes”, sistematizada pelo
pensador francês Charles de Montesquieu, a partir de estudos anteriores
de Platão e John Locke. Todo um trabalho científico montado ao longo de
mais de 2 mil e 400 anos foi transformado em coisa nenhuma em Natal, em
face de interesses escusos.
A prefeita afastada e seus cabras da
peste arrepiaram e sua maioria na Câmara assinava embaixo ou fechava os
olhos. Partilhava do butim e da voracidade predatória que emergiam da
prefeitura.
Natal precisa cobrar explicações também desses senhores.
Micarla não está só.
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