Moradores de Natal jogam lixo na prefeitura para protestar contra sujeira na cidade
Revoltados com a sujeira na cidade e com o caos na administração
municipal, moradores de Natal jogaram, na tarde desta sexta-feira (28),
centenas de sacos de lixo em frente ao Palácio Felipe Camarão, sede da
prefeitura.
O ato, chamado de Marcha do Lixo, foi organizado por meio das redes
sociais, com a proposta de que a população levasse o lixo de suas
residências e das ruas para a sede do poder municipal.
O comerciante Kenedy Firmino, 35, disse que soube do movimento pela
internet e, logo se programou para "jogar seu lixo". "Sou a favor do
movimento e acho inclusive que ele já deveria ter ocorrido há mais
tempo. Do jeito que a cidade está, tenho vergonha de dizer que sou de
Natal - cidade que vai sediar jogos da Copa do Mundo".
O sentimento de Kenedy é o mesmo do cabeleireiro Eduardo Suassuna, 50. Ele está com um grupo de turistas de Minas Gerais em sua casa, em Natal, e vê a atual situação da cidade como de calamidade. "É vergonhoso. O problema não é só com o lixo. Tenho, por exemplo, amigos que trabalham na educação aqui e estão há três meses sem receber", lembrou.
O comerciante Josimar Dantas, 55, veio a Natal visitar a família e também se programou para participar do movimento. "Vi na TV sobre o manifesto e resolvi dar minha contribuição porque esta cidade está abandonada", frisou.
Para evitar com que o lixo fosse colocado pela população dentro da sede
da prefeitura, guardas do município posicionaram-se na entrada do
palácio. O movimento foi pacífico.
A crise que atinge a administração municipal de Natal marcou a gestão de Micarla de Souza (PV). Ela governava Natal desde janeiro de 2009, e teve que deixar a prefeitura no último dia 31 de outubro, por determinação judicial, após indicios de participação em um esquema de fraude na saúde pública municipal, revelado na Operação Assepsia.
Após Micarla, Natal teve em dois meses outros dois prefeitos. Paulinho Freire (PP), que deixou a prefeitura no dia 13 de dezembro para ser diplomado vereador no dia seguinte, e Ney Lopes Júnior (DEM), vice-presidente da Câmara Municipal e que administra a capital potiguar até 31 de dezembro próximo.
Além da confusão administrativa, Natal passa por graves problemas financeiros, que afetam o pagamento do funcionalismo público e de terceirizados. Exemplo é a coleta de lixo na cidade, deficitária nos últimos meses e totalmente paralisada desde o último dia 24 por conta da falta de pagamento ainda do salário de novembro e da segunda parcela do 13º dos garis terceirizados. A cada dia sem coleta, o lixo acumulado nas ruas de Natal é de 750 toneladas.
Na última quinta-feira (27), a prefeitura de Natal pagou a empresa Líder, que terceiriza os garis, R$ 820 mil, referente a dívida com a coleta. Ainda resta o pagamento de outras três empresas terceirizadas de coleta de lixo. O pagamento destas será feito após depósito de R$ 1,8 milhão do governo do Estado. Enquanto isso, as principais avenidas da cidade, além da periferia, continuam tomadas por lixo.
Ouvido pela reportagem do UOL na
tarde da quinta-feira (27), o prefeito Lopes Júnior esperava que coleta
voltasse ao normal nesta sexta-feira (28) nas regiões afetadas.
Imagens do dia - 28 de dezembro de 2012
Foto 70 de 75 - Revoltados
com a sujeira na cidade e com o caos na administração municipal,
moradores de Natal jogaram, na tarde desta sexta-feira (28), centenas de
sacos de lixo em frente ao Palácio Felipe Camarão, sede da prefeitura Mais Elendrea Cavalcante/UOL
O sentimento de Kenedy é o mesmo do cabeleireiro Eduardo Suassuna, 50. Ele está com um grupo de turistas de Minas Gerais em sua casa, em Natal, e vê a atual situação da cidade como de calamidade. "É vergonhoso. O problema não é só com o lixo. Tenho, por exemplo, amigos que trabalham na educação aqui e estão há três meses sem receber", lembrou.
O comerciante Josimar Dantas, 55, veio a Natal visitar a família e também se programou para participar do movimento. "Vi na TV sobre o manifesto e resolvi dar minha contribuição porque esta cidade está abandonada", frisou.
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A crise que atinge a administração municipal de Natal marcou a gestão de Micarla de Souza (PV). Ela governava Natal desde janeiro de 2009, e teve que deixar a prefeitura no último dia 31 de outubro, por determinação judicial, após indicios de participação em um esquema de fraude na saúde pública municipal, revelado na Operação Assepsia.
Após Micarla, Natal teve em dois meses outros dois prefeitos. Paulinho Freire (PP), que deixou a prefeitura no dia 13 de dezembro para ser diplomado vereador no dia seguinte, e Ney Lopes Júnior (DEM), vice-presidente da Câmara Municipal e que administra a capital potiguar até 31 de dezembro próximo.
Além da confusão administrativa, Natal passa por graves problemas financeiros, que afetam o pagamento do funcionalismo público e de terceirizados. Exemplo é a coleta de lixo na cidade, deficitária nos últimos meses e totalmente paralisada desde o último dia 24 por conta da falta de pagamento ainda do salário de novembro e da segunda parcela do 13º dos garis terceirizados. A cada dia sem coleta, o lixo acumulado nas ruas de Natal é de 750 toneladas.
Na última quinta-feira (27), a prefeitura de Natal pagou a empresa Líder, que terceiriza os garis, R$ 820 mil, referente a dívida com a coleta. Ainda resta o pagamento de outras três empresas terceirizadas de coleta de lixo. O pagamento destas será feito após depósito de R$ 1,8 milhão do governo do Estado. Enquanto isso, as principais avenidas da cidade, além da periferia, continuam tomadas por lixo.
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