quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

O ano que revelou o pior da política e dos políticos
O ano está terminando, com o Brasil vivendo a mais grave crise econômica, política e ética de sua história. Não há registro de outro momento em que esses três valores tenham descido tanto de conceito, sob olhar fixo e assustado dos brasileiros.
A economia perdeu o caminho reto devido a um governo perdulário em ano eleitoral. A presidente Dilma fez estrepolia com o cofre para comprar a sua reeleição, não tendo qualquer pudor com as contas públicas do país. O Real, que havia transformado e elevado o Brasil à categoria de economia estável, perdeu o seu valor ao longo dos 12 meses de 2015.
A nossa moeda não transmite mais confiança, afugentando os investidores e castigando o mercado interno. Por consequência, tirando o emprego e o poder de compra do cidadão. A classe C desapareceu, podendo ser dito que o país voltou a ser dividido por duas classes: o rico e o pobre.
A necessidade urgente do ajuste fiscal, para tapar o rombo do Tesouro Nacional, revelou a forma mais sórdida da política em Brasília (DF). O vale-tudo, o mercado persa e, acima de tudo, a ganância dos grandes partidos, fizeram travar uma luta sem vencedor, congelando o ajuste fiscal, para a desgraça do povo brasileiro.
A cobertura em tempo real da prática do toma-lá-dá-cá, envolvendo ministérios e cargos de menor porte, jogou na cara dos brasileiros uma realidade que antes flutuava apenas no imaginário dos menos esclarecidos e dos brasileiros de boa-fé.
Entre as crises econômica e política, uma dosagem criminosa da corrupção, revelada há dois anos no início da Operação Lava Jato, que ganhou tamanho monstruoso em Brasília.
A união de bandidos de paletó, na política e na classe empresarial, numa versão escrupulosa da parceria público-privada (PPP), derrubou a estrutura até então sólida e maior estatal do país, a Petrobras, hoje com as suas ações valendo menos da metade do seu patrimônio, numa prova de que esses bandidos tomaram de assalto o nosso “ouro preto”
. O grande picadeiro recebeu o espetáculo do impeachment, com enredo mais vil possível, desafiando a porção honesta que ainda resta neste país, com o selo do Ministério Público, da Polícia Federal e do Judiciário.
Há o risco, inclusive, de antes de fechar as cortinas, currículos irretocáveis sejam jogados em vala comum, como vítimas do vale-tudo pelo Poder. Assim, está se encerrando o ano brasileiro, disparadamente o pior das últimas décadas.
E o mais grave: não há esperança de que haverá mudança de cenário, podendo ser dito que em 2016 continuará a crise econômica, política e ética.
Infelizmente.

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