O fim dos tempos e a volta de Jesus
Os discípulos perguntaram: “Que sinais haverá da Tua vinda e do fim do mundo”? (Mt 24.3). Eles não perguntaram se o mundo acabaria, pois já tinham esta certeza. O que precisavam saber era os sinais do fim.
Está escrito que Deus anuncia o fim desde o princípio (Is 46.10). O Apocalipse está ligado a toda a Bíblia. Para entendê-lo, precisamos começar a leitura por Gênesis.
Em Gn 1.14, já existe um indicativo escatológico: o sol e a lua seriam usados para mostrar sinais e tempos determinados. Depois, o profeta escreveu: “O sol se converterá em trevas e a lua em sangue antes que venha o grande e terrível dia do Senhor” (Joel 2.31).
Desde Gênesis, o relato bíblico nos traz vários fatos e profecias que apontam para os últimos dias. Cada um deles seria um momento escatológico, ou seja, um “fim do mundo” para uma geração ou comunidade. Em todos os casos, podemos observar o agravamento do pecado, manifestações do inimigo, o juízo de Deus sobre os pecadores e o fim de uma época, seguido por um recomeço.
1- Em Gênesis 3, lemos a respeito da manifestação de Satanás através da serpente. Em seguida, ocorre o pecado, a vinda do Senhor ao Jardim e um julgamento contra a humanidade (Adão e Eva) e contra Satanás. Era o fim da vida no Paraíso. Encontramos um eco daquele episódio no Apocalipse. Satanás aparece no capítulo 12 como a “antiga serpente”. Novamente, ele ataca uma mulher. No decorrer da história, a mulher representa Israel e, depois, a Igreja.
2- Em Gênesis 7, temos um “fim do mundo” por meio do dilúvio. Pecado, juízo e a salvação de uma família prefiguram o que acontecerá nos últimos dias. Jesus disse que os dias de Noé são semelhantes ao tempo da sua vinda (Mt 24.37).
3- A destruição de Sodoma e Gomorra, narrada em Gênesis 19, também teve aspectos escatológicos. A devassidão homossexual dominava aquele povo. O juízo divino caiu sobre eles em forma de fogo e enxofre. Foi um inferno na terra, enquanto os anjos retiravam Ló e sua família. A época atual nos faz lembrar Sodoma. Não é à toa que essa cidade foi mencionada em Apocalipse 11.8, numa relação direta com os últimos dias. Jesus também disse que o tempo da sua vinda será como os dias de Ló (Lc 17.28-32).
4- O livro de Êxodo (7 a 12) nos fala sobre as pragas que Deus enviou sobre o Egito. Algumas delas ocorrem também em Apocalipse 16. A idolatria egípcia atraiu o juízo divino. Aquela nação foi devastada enquanto o povo de Israel, figura da Igreja, era retirado. O Egito também é citado ao lado de Sodoma em Apocalipse 11.8.
5- Chegando ao deserto, Moisés subiu ao monte Sinai. Depois de quase 40 dias, o povo pensou que ele não voltaria mais. Então, começaram a adorar o ouro egípcio em forma de bezerro (Ex 32). Moisés voltou e trouxe o juízo divino sobre o povo. Da mesma forma hoje, muitos imaginam que Jesus não voltará mais e se entregam ao materialismo.
6- Vários profetas da Velha Aliança, principalmente Isaías, Jeremias e Ezequiel, falaram sobre o fim. O primeiro alvo de suas mensagens era o povo do seu tempo. O fim que eles anunciavam era o fim do reino de Israel. Seria o juízo de Deus pelo agravamento do pecado daquela gente. Suas profecias têm também aplicação para o fim do mundo. O elemento que liga claramente aqueles escritos proféticos ao Apocalipse é a Babilônia.
7- Chegando ao Novo Testamento, encontramos o discurso profético de Jesus em Mateus 24 e 25. Sua profecia, mantendo a característica do Antigo Testamento, tinha dois alvos: um próximo e outro distante. Seu primeiro cumprimento seria a destruição de Jerusalém no ano 70. Por isso está escrito que não passaria aquela geração sem que aqueles fatos acontecessem (Mt 24.34). Ao mesmo tempo, ele profetizou sobre o fim do mundo.
Vimos, portanto, que o fim vem sendo anunciado desde o princípio, por meio de vários fatos e profecias. Depois dos anúncios viriam os sinais: terremotos, guerras, fomes e pestes.
Não temos como interferir na ocorrência de terremotos, mas mesmo naquilo que o homem consegue alterar, não é possível evitar. Era de se imaginar que, com o desenvolvimento da civilização, da ciência e da tecnologia, pudessem ser eliminadas as guerras, fomes e pestes. Contudo, ninguém conseguirá impedir o cumprimento de uma só palavra de Jesus.
Daniel disse que “até o fim haverá guerra” (Dn 9.26). Quando se imaginar que a paz mundial está sendo alcançada, a destruição final se aproxima (1Ts 5.3).
Se não podemos evitar nenhuma dessas coisas, qual será o propósito de reconhecê-las? Para que possamos nos preparar para a volta de Cristo. Como disse Amós: “Prepara-te, ó Israel, para encontrares com o teu Deus” (Am 4.12).
E como podemos nos preparar? A resposta está em Eclesiastes 9.8: “Em todo o tempo sejam alvas as tuas vestes e nunca falte o óleo sobre a tua cabeça”.
Vestes alvas são roupas brancas, representando um modo de vida em santificação, ou seja, de combate constante contra o pecado. O óleo representa a presença do Espírito Santo em nós. As virgens néscias tinham dinheiro, mas não tinham óleo. Tanto era assim que, no último instante, foram comprá-lo, mas era tarde demais (Mt 25.10).
A Igreja é a noiva de Cristo. Uma noiva não pode estar suja no dia do seu casamento. Da mesma forma, precisamos nos preparar para a vinda do Senhor. Quando a trombeta tocar, não haverá mais tempo. O tempo da preparação é hoje.
“Quando estas coisas começarem a acontecer, olhai para cima e levantai as vossas cabeças, porque a vossa redenção está próxima” (Lc 21.28).
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