quarta-feira, 23 de novembro de 2016

É tempo de união A crise hídrica de Caicó e outros municípios da região do Seridó, inspirou um bate-boca virtual entre o governador Robinson Faria (PSD) e o ex-ministro Henrique Alves (PMDB). Acusações mútuas. Palanque – intempestivamente – erguido. Francamente, não é disso que a população sedente precisa. Pelo contrário. O delicado momento sugere a união de forças, principalmente da classe política. O povo quer solução, pouco importa de onde venha. Robinson e Henrique, que fizeram uma disputa renhida e radical pelo Poder, nas eleições de 2014, têm maturidade política suficiente para deixar para trás as indiferenças. No entanto, não é isso que está acontecendo agora. De sorte, há um ingrediente positivo, qual seja, a corrida para quem chega primeiro com a solução. De preferência, logo. Dois fatos importantes: 1 – Robinson trocou o ar refrigerado da Governadoria pelo sol causticante do Seridó, levando consigo medidas urgentes para amenizar o colapso no sistema de distribuição de água em Caicó, São Fernando e Jardim de Piranhas. 2 – A adutora emergencial está com os recursos liberados e em conta, com previsão de ficar pronta em dois meses. As duas ações, com os DNAs de Robinson e Henrique, são de extrema valia para matar a sede de quem sofre no momento. Todavia, os interesses políticos e individuais não podem se sobrepor às necessidades angustiantes do cidadão. Que isso se aplique em outras questões tão urgentes quanto, como é o caso da crise no sistema de saúde pública. Passou da hora da classe política potiguar descer do palanque tão logo o voto caia na urna e oferecer as mãos para, unidos, lutarem pelo bem comum. Temos o exemplo no vizinho Ceará, onde as arengas políticas não ultrapassam os limites das campanhas eleitorais. Após, eles se unem para brigar pelo Estado, por isso, nossos vizinhos estão anos luz à frente da classe política conterrânea. Talvez, e provavelmente, essa flacidez política potiguar ajude a explicar perdas históricas sofridas pelo Rio Grande do Norte, como a fábrica de barrilha, a refinaria de petróleo, a inclusão na Transnordestina, dentre outras. No entanto, nunca é tarde para mudar. O momento de crise é oportuno. É mais fácil enfrentá-la de mãos dadas do que desunidos. Ademais, outras lutas importantes dependem da união de todos, como o novo aeroporto de Mossoró, a inclusão na transposição do rio São Francisco, a duplicação da BR-304 importante para o escoamento da produção regional, a HUB da TAM no Aeroporto Internacional Aluízio Alves e tantas outras. Então, que recolham as armas político-eleitorais, porque não é o momento, se dêem as mãos no socorro ao povo sofrido do Rio Grande do Norte.


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