quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

### - Desabafo. - ###

quarta-feira

Derramo diante dele o meu lamento; a ele apresento a minha angústia. (Sl 142.2.)
Tenho dentro de mim um monte de lembranças desagradáveis, de ressentimentos, de amarguras, de tristezas. Problemas de ontem, da semana passada, do mês passado, do ano passado. Problemas sérios, problemas provavelmente exagerados e, quem sabe, problemas inexistentes. Estou sobrecarregado. Ando tão encurvado como aquela mulher que Jesus curou em dia de sábado (Lc 13.10-13). Estou a ponto de estourar. Não agüento mais! Não sei o que fazer.
De repente, leio o que o salmista fazia numa situação parecida com a minha: “Derramo diante dele [o Senhor] o meu lamento; a Ele apresento a minha angústia” (Sl 142.2). O verbo “derramar” é muito significativo, pois quer dizer retirar de dentro e pôr para fora. É a mesma coisa que esvaziar. Foi exatamente isso que o salmista conseguiu fazer. Ele se esvaziou diante do Senhor. Ele desenterrou os pesares, as mágoas, os queixumes, os traumas, os melindres, e os pôs para fora.
Agora, ele já não está dobrado para o chão sob o peso de toda aquela carga. O processo de esvaziamento foi tão saudável que ele mesmo o recomenda: “Confie nele em todos os momentos, ó povo; derrame diante dele o coração, pois Ele é o nosso refúgio” (Sl 62.8).
Antes do salmista, a mãe de Samuel já havia derramado os seus problemas de esterilidade e os seus problemas com a rival, a sua grande angústia e a sua anorexia diante do Senhor (1Sm 1.16). Antes do salmista, o homem da terra de Uz já havia desabafado a amargura de sua alma, a aflição do seu espírito e as suas queixas. O desabafo bem feito interrompe um processo de intensa amargura!

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