segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Henrique levará caos do Walfredo ao ministro da Saúde

O deputado-líder Henrique Alves (PMDB) disse agora à noite, em seu twitter, que amanhã terá uma conversa com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
E que, entre outros assuntos que levará ao Ministério, incluirá o caos que vive o Hospital Walfredo Gurgel.
Henrique sabe que o caos existe, mas retomou o tema depois das notas publicadas pela colunista Eliana Lima, na Tribuna do Norte deste domingo.
Eis as notas: 
Por volta das 17h de anteontem, o repórter-zangão Heldon Simões pousou em frente ao Hospital Walfredo Gurgel. Precisamente no Pronto Socorro Clovis Sarinho. Durante uma hora, observou cenas de dor, desespero e de embrulhar o estômago.
Inúmeras ambulâncias (do Samu e àquelas já conhecidas que vêm dos municípios) não paravam de chegar. Fila de até seis veículos esperando que pacientes fossem recebidos. Sem pessoal suficiente, seguranças atuavam de maqueiros.
Pior: falta de higiene. Ainda do lado de fora, uma tala abandonada, cheia de sangue que pingava, inclusive, no chão, ao lado uma família que demonstrava o sofrimento vivido dentro do HWG. “Depois de um dia todo esperando, meu esposo conseguiu fazer os exames para saber do que está doente”, disse a mulher, em prantos. Ele aguardava numa maca, fora do hospital, na ambulância que os trouxe de Apodi. Sabe que serão muitas idas e vindas.
Nos corredores, a cena de sempre: vários pacientes em macas, cadeira de rodas, aguardando pelo milagre de um leito.
Numa cadeira de rodas, uma idosa, muito debilitada, segurava o próprio soro.Ao repórter, lamentou: – “Ah, meu filho, estou cada vez mais triste aqui. Parece que os médicos nos abandonam e esperam somente a hora da gente morrer. Eu já estou velha, né? Posso querer o que mais?”. Impossível segurar as lágrimas.
De uma enfermeira, ouviu: – “A recuperação depende, e muito, da autoestima do paciente. Quem está feliz nessa situação, a todo momento vendo gente morrer, gritar de dor, pedir por socorro?”
Um médico desabafa: – ‘Aqui falta dinheiro. Parece que o governo está destinando tudo só para a Copa”.
Outra realidade cruel: algumas vezes, QIs (Quem Indica) são privilegiados em detrimento de casos mais graves.
Bradou um jovem: – “Minha mãe está aqui faz tempo e já vi outros pacientes não passarem nem meia hora e já serem encaminhados para fazer exame, cirurgia. É assim. A moça que estava do meu lado pegou o celular, ligou para alguém e em 15 minutos veio uma pessoa e a pessoa com ela foi transferida”.
O mau cheiro continua. Comida servida naquela situação de penúria. Muito sangue nas macas. Pacientes misturados, com feridas abertas, contribuem para piorar o estado de saúde dos demais no corredor.
Alertou outro médico: – “É claro que não é o ambiente adequado. O ar-condicionado leva bactérias, que encontram um ambiente favorável nos demais pacientes por estarem com feridas expostas ou com a imunidade baixa. O risco de contaminação é grande. O paciente pode dar entrada no hospital com uma doença e ter seu estado complicado por outra, facilmente”.
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