dom, 01/01/12
por Paulo Coelho |
categoria Todas
Certa manhã, Nasrudin – o grande místico sufi que sempre fingia ser louco – colocou um ovo embrulhado em um lenço, foi para o meio da praça de sua cidade, e chamou aqueles que estavam ali.
“Hoje teremos um importante concurso!”, disse. “Quem descobrir o que está embrulhado neste lenço, eu dou de presente o ovo que está dentro!”
As pessoas se olharam, intrigadas, e responderam:
“Como podemos saber? Ninguém aqui é capaz de fazer adivinhações!”
Nasrudin insistiu:
“O que está neste lenço tem um centro que é amarelo como uma gema, cercado de um líquido da cor da clara, que por sua vez está contido dentro de uma casca que quebra facilmente. É um símbolo de fertilidade, e nos lembra os pássaros que voam para seus ninhos. Então, quem pode me dizer o que está escondido?”
Todos os habitantes pensavam que Nasrudin tinha em suas mãos um ovo, mas a resposta era tão óbvia, que ninguém resolveu passar vergonha diante dos outros.
E se não fosse um ovo, mas algo muito importante, produto da fértil imaginação mística dos sufis? Um centro amarelo podia significar algo do sol, o líquido ao redor talvez fosse um preparado alquímico. Não, aquele louco estava querendo fazer alguém de ridículo.
Nasrudin perguntou mais duas vezes, e ninguém se arriscou a dizer algo impróprio.
Então ele abriu o lenço e mostrou a todos o ovo.
“Todos vocês sabiam a resposta”, afirmou. “E ninguém ousou traduzí-la em palavras. É assim a vida daqueles que não têm coragem de arriscar: as soluções nos são dadas generosamente por Deus, mas estas pessoas sempre procuram explicações mais complicadas, e terminam não fazendo nada”.
“Hoje teremos um importante concurso!”, disse. “Quem descobrir o que está embrulhado neste lenço, eu dou de presente o ovo que está dentro!”
As pessoas se olharam, intrigadas, e responderam:
“Como podemos saber? Ninguém aqui é capaz de fazer adivinhações!”
Nasrudin insistiu:
“O que está neste lenço tem um centro que é amarelo como uma gema, cercado de um líquido da cor da clara, que por sua vez está contido dentro de uma casca que quebra facilmente. É um símbolo de fertilidade, e nos lembra os pássaros que voam para seus ninhos. Então, quem pode me dizer o que está escondido?”
Todos os habitantes pensavam que Nasrudin tinha em suas mãos um ovo, mas a resposta era tão óbvia, que ninguém resolveu passar vergonha diante dos outros.
E se não fosse um ovo, mas algo muito importante, produto da fértil imaginação mística dos sufis? Um centro amarelo podia significar algo do sol, o líquido ao redor talvez fosse um preparado alquímico. Não, aquele louco estava querendo fazer alguém de ridículo.
Nasrudin perguntou mais duas vezes, e ninguém se arriscou a dizer algo impróprio.
Então ele abriu o lenço e mostrou a todos o ovo.
“Todos vocês sabiam a resposta”, afirmou. “E ninguém ousou traduzí-la em palavras. É assim a vida daqueles que não têm coragem de arriscar: as soluções nos são dadas generosamente por Deus, mas estas pessoas sempre procuram explicações mais complicadas, e terminam não fazendo nada”.
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