E Joaquim Barbosa, hein? Decepcionou os petistas e aliados, ao
indeferir o pedido de prisão imediata dos mensaleiros condenados, feito
pelo procurador-geral da República Roberto Gurgel.
O grupo de José Dirceu e cia. havia buzinado, nos corredores do
Congresso, que o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) estaria
combinado com Gurgel para mandar os malfeitores para a cadeia logo.
O bem informado jornalista Josias Souza, em seu prestigiado blog, noticiou:
“Imaginara-se que Gurgel retardara a apresentação do pedido de prisão
para que Barbosa pudesse deferi-lo sozinho durante o recesso, sem
submeter a decisão ao plenário do STF.”
E registrou um comentário pronunciado por um dirigente do PMDB pouco
depois de uma confraternização de final de ano promovida pela presidente
Dilma Rousseff no Palácio da Alvorada: “Isso está parecendo coisa
arranjada. Algo do tipo manda que eu defiro.”
Profundo desrespeito à Suprema Corte e ao seu presidente. Disseminar
tal suspeita é tão sujo quanto a prática dos que participaram da
engrenagem criminosa do mensalão.
Pois bem…
Barbosa rejeitou o pedido em respeito – simples – às leis em voga:
“Incabível o início da execução penal antes do trânsito em julgado de
condenação, ainda que exauridos o primeiro e o segundo graus de
jurisdição”, justificou.
Para alívio de todos aqueles que haviam, antecipada e maldosamente,
julgado o caráter de Barbosa, o ministro deixou claro que os condenados
só irão para a cadeira quando não houver qualquer chance de recurso no
STF. A decisão do Supremo ainda precisará ser publicada e,
posteriormente, ocorrer o julgamento dos recursos possíveis.
E foi mais além: “Embora atípicos e excepcionalíssimos, ainda existem
recursos que, se bem-sucedidos, poderiam levar à mudança do resultado, o
que a rigor afasta a conclusão de que o acórdão condenatório proferido
pelo Supremo Tribunal Federal em única instância seria definitivo.”
Portanto, em português mais simples, os mensaleiros condenados só
seriam presos agora por algum motivo urgente e temporário, como
tentativa de fuga ou outro evento urgente.
A decisão de Barbosa, que minutos depois foi elogiada pelo presidente
da Câmara dos Deputados, petista Marco Maia, deve encerrar, ou pelo
menos sugere isso, a campanha odiosa de petista de tentar colocar sob
suspeita a seriedade do presidente da Suprema Corte e diminuí-lo perante
a sociedade, como forma de livrar a cara dos companheiros mensaleiros
condenados.
Ao mesmo tempo, reafirma o equilíbrio do Judiciário brasileiro.
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