Prefeituras ricas nas mãos dos malfeitos
A cidade de Macau, encravada em região rica por natureza, vive uma das piores crises de sua história. O cofre da Prefeitura está quebrado. Não por consequência da crise da economia nacional. Nada disso. É vítima de assalto, praticado por elementos que entram na vida pública para roubar o dinheiro do povo.
Não são palavras duras da coluna; é fato.
Observe que o prefeito Kerginaldo Pinto foi afastado do cargo e preso. Atrás das grades também está o ex-prefeito Flávio Veras. Os dois são acusados de desviar recursos através de esquema criminoso, usando empresas desqualificadas e outros personagens de quilate suspeito, conforme consta nos autos da Operação Maresia, detonada pelo Ministério Público Estadual.
Antes, Veras já havia dormido várias noites no xilindró por ter desviado dinheiro da Prefeitura, através de contratações superfaturadas de bandas para o Carnaval da cidade, descobertas pela Operação Máscara Negra. Pobre Macau, alvo dos espertalhões atraídos pela riqueza de seus minérios.
O seu vizinho Guamaré, igualmente rico por natureza, também é vítima da rapinagem de políticos corruptos. Nos últimos anos, várias deles perderam o poder, depois de terem sido flagrados com as mãos sujas nos cofres, mas continuam gravitando em torno da Prefeitura, esperando uma nova oportunidade. Esse cenário se repete em dezenas e dezenas de municípios.
Na primeira página do caderno Estado desta edição, o prefeito de Tibau, Naldinho (PSD), é acusado de construir um parque de vaquejada usando dinheiro desviado da Prefeitura.
Acusação grave que ganha sustentação na receita do pequeno município de quatro mil habitantes. Nos últimos 24 meses, a Prefeitura recebeu quase R$ 34 milhões só de royalties de petróleo, o que dá uma média de R$ 1,6 milhão/mês.
Para se ter ideia, o orçamento de Tibau 2016, conforme projeto do próprio Executivo, é de R$ 75 milhões, ou R$ 6,25 milhões/mês.
O que fazer com tanto dinheiro no município que até pouco tempo era apenas uma vila de pescadores no aprazível litoral da Costa Branca? Sem dúvida, o cofre é um chamariz para gestores que não têm boa intenção.
Deve ser por isso que essa turma reclama da crise financeira nas prefeituras, mas não solta o “osso”. E, certamente, eles não são masoquistas.
De sorte, o Ministério Público, apesar de suas dificuldades, tem sido, cada vez mais, atuante no combate à corrupção e em defesa do patrimônio público. Vários malfeitores já foram alcançados, e outros estão na alça de mira.
No mais, é o cidadão eleitor ter a consciência na hora do voto, fazendo a depuração.
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