quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Conselheiro denuncia analfabetismo político-funcional




O conselheiro Antônio Joaquim, novo corregedor-geral do Tribunal de Contas do Estado (TCE), marcou a solenidade de posse do presidente José Carlos Novelli nesta segunda-feira (02) com discurso duro a respeito do crescente desinteresse sobre a gestão pública por parte da sociedade, tomada por um “analfabetismo nojento” e “político-funcional” que se espalha até mesmo entre a parcela escolarizada da população. O corregedor lançou o desafio à nova Mesa Diretora do TCE de trazer de volta o olhar do cidadão para a coisa pública, um trabalho que, segundo ele, já estava sendo consolidado na gestão do conselheiro Valter Albano.“Nós temos que tirar o cidadão da indiferença. As pessoas acham que não têm nada a ver com as coisas. O médico e o engenheiro foram formados e acham que não devem satisfação pra ninguém, não têm o dever de cidadão de acompanhar o dia-a-dia da sua cidade, do seu Estado. Ninguém vai às audiências públicas quando se discute o orçamento, que é a peça mais importante de qualquer gestão. Fica lá às moscas e ninguém participa. Então é preciso que a gestão traga esse cidadão, tire dessa indiferença, desse analfabetismo nojento. É um analfabeto político-funcional, que bate no peito que não gosta da política. Esse é o problema do país”, discursou Joaquim.O conselheiro atribuiu este analfabetismo à parcela formada da população, que teoricamente seria mais conscientizada em termos de cidadania. “Eu me refiro a quem tem escolaridade. Eu não me refiro àquele que luta pra comer, que luta pra ter uma casa pra morar. Esses não têm condições realmente de fazer cidadania, são subcidadãos. Eu me refiro a quem está formado e tem o dever de participar”.

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