quinta-feira, 16 de outubro de 2014

### - O que não se ouviu pode ser lido. - ###


 



 

quinta-feiraEsta é a segunda carta que estou escrevendo a vocês. (2Pe 3.1)
Chamamos as duas pequenas cartas de Pedro de encíclicas. A primeira teria sido escrita entre 63 e 64 depois de Cristo. E a segunda, entre 64 e 66. Portanto, não houve um grande espaço de tempo entre uma e outra.
Elas parecem tão diferentes que alguns estudiosos são tentados a dizer que a chamada Segunda Carta de Pedro foi escrita por outra pessoa. Embora diferentes no tom e no estilo, não há necessidade de negar a autoria de Pedro.
A Segunda Carta não é uma continuação da Primeira. Elas têm propósitos diferentes. Uma é maior que a outra: a Primeira tem três capítulos e 44 versículos a mais que a segunda. As duas são cartas pastorais, mas tratam de problemas bem diferentes. A preocupação de Pedro na primeira é o problema do sofrimento, e na segunda, o da heresia. O apóstolo cuidou de uma coisa e outra, como qualquer pastor não mercenário precisa fazer.
Essa questão de mais de uma carta do mesmo autor para os mesmos leitores não é novidade. Paulo escreveu duas cartas aos coríntios, aos tessalonicenses e a Timóteo. E João escreveu três cartas, embora não para os mesmos leitores.
Era necessário pregar, ensinar, lembrar, elogiar e censurar, disciplinar, responder a perguntas, orientar, encorajar, doutrinar e fortalecer os novos crentes e as novas igrejas, tanto pela palavra audível (nas viagens missionárias e pastorais) como pela palavra escrita. O que foi feito a viva voz alcançou apenas aqueles que a ouviram. Ela desapareceu quando eles morreram. O que foi feito por escrito alcançou aqueles que a leram pela primeira vez na segunda metade do primeiro século e todos os demais crentes no tempo e no espaço.

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