sábado, 27 de setembro de 2014

## Lição da prática das virtudes cristãs. - ##

sábado

A principal lição que aprendemos com a tentativa séria de praticar as virtudes cristãs é que somos falhos.
Se restou alguma ideia de que Deus nos tenha submetido a uma espécie de exame e que precisamos tirar notas boas por méritos próprios, devemos apagá-la. Se restou a ideia de que possa haver algum tipo de barganha – alguma sugestão de que nós estivéssemos em condições de pôr em prática a nossa parte do trato e, dessa maneira, colocar Deus em dívida conosco, como se não fosse mais do que obrigação dele, por uma simples questão de justiça, fazer a sua parte –, ela deve ser igualmente apagada.
Acredito que uma pessoa que tem apenas uma vaga fé em Deus, enquanto não se torna cristã de verdade, tem na mente a ideia de um exame ou de uma barganha. O primeiro fruto do cristianismo verdadeiro é o fim dessa ideia. Alguns, quando percebem que essa ideia foi reduzida a frangalhos, acham que o cristianismo é um erro e desistem. Pessoas assim parecem imaginar que Deus é muito ingênuo. Na verdade, é claro que ele sabe muito bem de tudo isso. Uma das coisas mais importantes que o cristianismo foi designado a fazer foi acabar com essa ideia. Deus estava esperando a hora em que você descobriria que não existe essa história de tirar nota boa para passar no exame ou de colocá-lo em dívida com você.
A outra descoberta costuma ser feita logo em seguida: todas as suas faculdades mentais e emocionais, toda a sua capacidade de pensar ou de mover os membros do seu corpo, tudo isso lhe foi dado por Deus. Mesmo se você devotasse cada segundo da sua vida toda ao serviço dele, não estaria dando nada a Deus que, de certa forma, já não era dele. Vou lhe dizer o que realmente acontece quando dizemos que uma pessoa fez alguma coisa para Deus ou que deu alguma coisa por ele. É como se uma criança fosse até o seu pai dizendo: “Papai, me dá um dinheiro para eu comprar um presente de aniversário para você”. É claro que o pai o faria e se alegraria com o presente do filho. É tudo muito próprio e correto, mas só um idiota pensaria que o pai ganharia algo nessa transação.

Nenhum comentário: