quinta-feira, 11 de setembro de 2014


*** - Não se trata só das quedas. - ***



        quinta-feira
infelizmente, a temperança é uma daquelas palavras que mudaram de sentido.
Hoje ela significa abstinência total do álcool. Porém, nos tempos em que a “temperança” era a segunda das virtudes principais, ela não significava isso. A temperança não se referia especificamente à bebida, mas a todos os prazeres; e ela não significava abstinência, mas a capacidade de não passar dos limites. É um equívoco achar que todos os cristãos devem ser abstêmios; a religião da abstinência é o islamismo, não o cristianismo.
É claro que pode até ser dever de algum cristão ou de qualquer cristão em uma época específica abster-se de bebida forte porque ele é do tipo de pessoa que não consegue beber sem passar do limite, ou porque está na companhia de pessoas que têm tendência ao alcoolismo e não deve estimulá-las pelo seu exemplo. Porém, o fato é que ele se abstém, por uma boa razão, de algo que ele não condena e que tem prazer em ver os outros apreciarem. Uma das marcas da pessoa de má índole é que ela não consegue abrir mão de uma coisa sem exigir que o resto do mundo faça o mesmo. Esse não é o estilo cristão. [...]
A restrição moderna da palavra “temperança” à questão da bebida tem causado um grande dano. Ela leva as pessoas a esquecerem que podem ser igualmente intemperantes com relação a outras coisas. Um homem que transforma o seu futebol ou a sua motocicleta no centro da sua vida, ou uma mulher que devota todos os seus pensamentos a roupas, ou ao seu cachorro, está sendo tão intemperante quanto alguém que se embebeda todas as noites.
É claro que isso não pode ser tão facilmente observado; a futebolmania não fazem ninguém cair no meio da rua. Contudo Deus não se deixa enganar pelas aparências.

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